Como instalar o Linux no Raspberry Pi com o app PiBakery
Configurador PiBakery gera imagens de instalação do Raspbian personalizadas e pré-configuradas.
O sistema operacional oficial do Raspberry Pi, apoiado pela Fundação Raspberry Pi, é o Raspbian, baseado no tradicional Debian GNU/Linux.
A forma tradicional de instalar o Raspbian é fazer o download da sua imagem de disco em outro computador, e seguir vários procedimentos para transferir essa imagem para um cartão SD que depois possa ser inserido no Raspberry Pi para dar boot.
Recentemente surgiu uma nova alternativa: o PiBakery (para Mac e Windows), um aplicativo que vem com sua própria imagem de disco do Raspbian, e facilita o processo de gravá-la no cartão SD.
O grande diferencial do PiBakery é que ele oferece uma forma fácil de pré-configurar o Raspbian, com uma série de ações que você arrasta para um diagrama do que deve acontecer no primeiro boot, ou em todos os boots.
Você arrasta e solta ações para execução no primeiro boot ou a cada boot, como definir a rede sem fio ou ativar determinados módulos.
Essas ações incluem algumas muito práticas, tais como conectar-se automaticamente à rede sem fio da sua casa (o PiBakery permite informar previamente o nome e a senha dela), mudar a senha inicial do usuário, comandar a instalação automática de aplicativos, e mais.
E o que é melhor: mesmo depois de o sistema já ter sido usado, você pode remover o SD do Raspberry Pi (desligado, claro), recolocá-lo no computador em que roda o PiBakery, modificar a receita, e depois devolver ao Raspberry Pi para uso na versão modificada.
Relato de uso do PiBakery
Estou fazendo um projeto em parceria com a Filipeflop, envolvendo vários componentes que fazem parte das linhas que eles oferecem no Brasil, incluindo um Raspberry Pi 3 no qual eu precisei instalar uma versão atualizada do Raspbian, mas queria fazê-lo de forma que pudesse posteriormente replicar facilmente.
Eu instalei o PiBakery em um Mac, e foi super simples: cliquei no link de download do site, aguardei chegar (demora um pouco, porque uma imagem do Raspbian vem junto), cliquei com o botão direito no instalador, selecionei Abrir, e aí foi só seguir os passos exibidos na tela. Mesmo assim, existe um manual de instalação para Mac e outro para Windows.
Depois de instalar o PiBakery, eu o executei, e criei a receita acima, que roda apenas no primeiro boot após a instalação, e realiza 5 ações:
- muda o nível de boot para Console (ou seja, desliga o suporte ao ambiente gráfico – o que, na prática, só produz efeito visível no segundo boot),
- define o nome da máquina (no meu caso, ela vai ser fliperama, porque o uso dela envolve jogos),
- configura a rede WiFi, e
- ativa os módulos do kernel referentes a comunicações I2C e SPI (que provavelmente não precisarei usar, mas se eu for fazer algo com eletrônica nessa máquina, já vai estar pronto).
Mudar o nível de boot para Console economiza bastante memória e tempo de execução, se os programas que serão executados não exigem carregar o ambiente gráfico. É o meu caso nessa máquina, que está sendo montada para rodar emuladores de jogos, que gerenciam seus próprios gráficos e não precisam do carregamento do ambiente.
E a conveniência de configurar a rede sem fio desde antes da instalação é o ponto que melhor justifica usar o PiBakery: ele permite saber que o Raspberry Pi vai poder ser acessado via SSH já a partir do primeiro boot, podendo ser configurado remotamente sem precisar de malabarismos com um teclado extra conectado fisicamente a ele na minha mesa pequena. Com isso, todos os demais itens poderiam ser configurados com facilidade suficiente (via utilitário raspi-config) no sistema em execução.
Após concluir a minha receita, foi só plugar o cartão SD (mais especificamente, um MicroSDHC I de 8GB da Sandisk) no leitor, clicar no ícone Write (que tem a forma de um cartão SD), e aguardar bastante enquanto a barra de progresso da tela acima avançava lentamente – afinal, gravar vários gigabytes em um SD demora.
Os primeiros 2 boots
Ao fim da gravação pelo PiBakery, eu removi com segurança o cartão SD, e o inseri no slot do Pi. Em seguida, pluguei à sua saída de vídeo um cabo HDMI conectado a um monitor, e à entrada de alimentação um cabo USB conectado a um outro computador que calhou de estar por perto.
O boot do Raspbian aconteceu normalmente, mas próximo do seu final a tela foi preenchida pela barra de progresso das ações definidas pelo PiBakery, acima. Ao final delas, já com o nome da máquina mudado, os módulos I2C e SPI ativados, e a conexão à rede sem fio da minha casa ativada, o boot retomou seus procedimentos usuais, incluindo o carregamento do ambiente gráfico (pois a ativação do modo Console só tem efeito a partir do segundo boot).
Como em toda instalação de Raspbian que eu já fiz, não terminei as operações iniciais logo após o primeiro boot sem digitar o comando sudo raspi-config e ativar a única configuração inicial que considero essencial para meu uso e que ainda não está disponível via PiBakery: 'Expand Filesystem', que disponibiliza todo o espaço do cartão SD para uso pelo Raspbian. Outras opções do menu podem ser do seu interesse (provavelmente você desejará mudar a senha default do usuário, especialmente se a sua máquina estiver acessível via rede, por exemplo), analise-as com atenção.
Após sair do raspi-config, comandei um reboot (com o comando sudo reboot), e neste segundo boot o sistema retornou já com o espaço de armazenamento ampliado – e desta vez não mais carregou o ambiente gráfico.
Para concluir e considerar a máquina pronta para uso, atualizei os pacotes do Raspbian, com os 2 comandos a seguir:
sudo apt-get update
sudo apt-get upgrade
Vale destacar que o segundo comando pode demorar bastante para rodar, pois ele faz o download e instalação da atualização de todos os pacotes instalados e que possuírem uma versão superior disponível no repositório correspondente às configurações do seu sistema – e em um sistema recém-instalado nas condições que eu apresentei, a tendência é que o número de pacotes seja bem grande ;-)
Comentar