Arduino Pro Mini: conhecendo o modelo econômico
Veja as diferenças entre o Uno e o Pro Mini, um dos menores e mais baratos modelos oficiais de Arduino, igualmente simples de programar e usar.
O Arduino Pro Mini tem a maior parte dos confortos e facilidades que fazem do Arduino Uno uma alternativa bastante amigável para os iniciantes no universo das placas de desenvolvimento com microcontroladores, mas remove uma parte importante do que gera o custo e o consumo de energia1 do Uno: a porta USB própria.
A redução de custo é considerável a ponto de fazer com que seja mais fácil comprar meia dúzia de Arduinos para algum projeto: no exterior é fácil encontrar clones do Pro Mini a preços abaixo de US$ 2. Eu tenho mais de 10 espalhados pela bancada, eles aumentam em muito a paz de espírito no momento de realizar soldas ou testes de conexão que possam ser difíceis de desfazer ou cujo risco de causar dano aos componentes não possa ser suficientemente reduzido.
O Pro Mini tem os mesmos pinos analógicos, digitais e PWM do Uno, incluindo até o led interno do pino 13.
Do ponto de vista da programação usual baseada na IDE do Arduino, o Arduino Pro Mini difere muito pouco do Arduino Uno: tem os mesmos 16MHz de clock, o mesmo número de pinos analógicos, digitais e PWM2, tem um led interno associado ao pino 13, suporte nativo a I2C, SPI e TTL, bootloader nativo com auto-reset no momento da programação, etc.
Mas o hardware é diferente, a começar pelo microcontrolador, que é um modelo mais barato: o ATMega168, ao contrário da maioria dos Arduinos, que usam ATMega328. Eles são quase idênticos, mas a versão econômica ATMega168 tem a metade das memórias Flash, SRAM e EEPROM da versão ATMega328: 16KB, 2KB e 512B, respectivamente.
As diferenças ao redor do microcontrolador são mais visíveis: o Arduino Pro Mini é todo feito com a redução de preço em mente, e assim vem sem pinos soldados (geralmente um pacote de barras de pinos acompanha, e você só solda se quiser3), sem interface USB (como já mencionado), sem conector para plug de fonte de alimentação e sem componentes fáceis de substituir pelo próprio usuário.
A ausência de conector de alimentação exige uma providência simples: ligar o terminal do terra da fonte a um pino GND, e o terminal positivo da fonte ao pino VCC (se ela for de 3,3V ou 5V regulados, conforme o modelo de Pro Mini) ou ao pino RAW (se ela for acima da tensão do pino VCC, mas não ultrapasse o limite de 12V).
Já a ausência de porta USB incorporada gera a demanda por usar um programador USB externo (que pode ser até mesmo um Arduino Uno rodando um programa que vem junto com a sua IDE), mas também facilita a vida para quem tem demanda por reduzir o consumo de energia, porque os circuitos de suporte à interface USB dos Arduinos maiores não são desligados quando se usa aqueles truques de timers e interrupções para colocar o microcontrolador do Arduino em modos de economia de energia – e no Pro Mini eles simplesmente não estão presentes.
E usar um programador USB externo não é tão inconveniente assim: essa função pode ser desempenhada por um Arduino Uno e meia dúzia de jumpers (como descrevi no artigo recente sobre o ATtiny85), ou por um cabo ou plaquinha especializados, como o FTDI Basic, criada pela mesma empresa que projetou o Arduino Pro Mini original.
Eu optei por ter uma FTDI Basic, como a da foto acima (em vermelho, conectada a um Pro Mini verde): ela é prática, não é cara, e você só precisa ter uma, para programar todos os Pro Minis que quiser.
Eu não recomendaria um Pro Mini como o primeiro Arduino de alguém sem experiência com placas do gênero: a comodidade da porta serial incorporada a modelos como o Uno e o Nano facilitam o contato inicial com essa família. Mas ele pode ser um bom segundo Arduino, e merece ser considerado especialmente para quem deseja replicar vários modelos de um mesmo projeto usando Arduino, e que não esteja ainda pronto a dar o salto para microcontroladores sem todo um Arduino montado ao seu redor.
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