WeMos D1 versão 2: atualização do "Uno com ESP8266" já tem clones no DX
Wemos D1 R2 é a evolução do "Uno com WiFi" chinês, e a presença de clones é indicador do interesse despertado.
Os clones indicam o interesse despertado pela nova versão R2 do WeMos D1, a placa chinesa que é meio Arduino, meio ESP8266: as dimensões e pinagem são de Arduino Uno, mas o cérebro e o nível lógico de 3,3V são de um ESP8266 – não há ATmegas envolvidos, tudo é operado diretamente pelo desempenho superior (e mais memória) de um ESP-12, o que também garante o Wi-Fi nativo.
O WeMos D1 (qualquer versão) pode ser programado via USB (o USB/serial é o popular chip CH340G) ou mesmo via Wi-Fi (OTA), e quase todos os seus pinos digitais suportam interrupções e PWM, mas só há 1 pino analógico (o A0).
A placa opera no nível lógico de 3,3V típico do ESP8266, mas pode ser alimentada pelos 5V da USB, ou por 9 a 24V pela outra entrada.
WeMos D1, versão R2
Poucos meses atrás, a versão original do WeMos D1 (uma placa com tamanho, pinos e outras interfaces compatíveis com as da série Arduino, mas tendo um ESP8266EX no lugar do microcontrolador) começou a chegar ao Brasil e atrair a atenção de vários autores e grupos.
Trata-se mesmo de uma peça bastante interessante, em especial para quem já teve seu batismo no uso dos Arduinos clássicos e procura uma forma facilitada (ao menos quanto às interfaces físicas) para fazer a transição para a IoT conectada, já que o ESP8266 pode ser diretamente programado pela IDE do Arduino e tem bem mais desempenho (e alguns recursos a mais, incluindo a interface WiFi e mais memória) do que os microcontroladores Atmel de 8 bits dos modelos mais populares de Arduino.
Hoje é fácil encontrar modelos do WeMos D1 à venda no Brasil (enquanto escrevo este artigo, encontrei 4 diferentes no Mercado Livre, com preços variando entre R$ 65 e R4 85) mas, se você estiver pensando em ter o seu, pode valer a pena procurar especificamente pela nova versão (que talvez ainda esteja disponível apenas via importação direta da China).
A nova versão do WeMos D1 é chamada, oficialmente, de WeMos D1 R2, e seu diferencial imediatamente visível ao comparar com a versão inicial é a presença dos pinos marcados como SDA e SCL onde, em um Arduino Uno, teríamos os pinos A4 e A5 – os quais, no Uno, também acumulam as funções de SDA e SCL, para a comunicação serial I2C. Na versão original do WeMos D1, não há nenhum rótulo estampado junto a esses pinos.
Há outras diferenças na pinagem: por exemplo, na versão inicial, os 2 pinos RX e TX compartilham a função com o D0 e o D1, enquanto na versão R2 essas funções estão em 4 pinos separados, o que faz com que os demais pinos digitais estejam todos deslocados em relação ao posicionamento anterior.
A pinagem da versão R2 foi repensada, com melhorias na disposição física dos pinos e na escolha da sua numeração.
A versão inicial também tem pinos digitais numerados de D0 a D15, embora os pinos D3 a D7 estejam inversamente espelhados nos pinos D11 a D15). A pinagem da versão R2 opta por uma numeração mais direta, com espelhamento físico na placa, mas sem dar números diferentes para cada cópia do pino: a numeração vai apenas de D0 a D8.
Outro elemento que diferencia a versão R2 é a presença, próximo ao ESP8266, de uma matriz de 4x2 esperas para pinos, sendo que na linha superior temos o TX e o RX para serial UART, e na linha de baixo estão presentes o SCL e o SDA para serial I2C.
Uma diferença ainda menos visível, entretanto, é que para a placa R2 a WeMos afirma a compatibilidade com o NodeMCU e com a IDE do Arduino, e para a versão inicial a compatibilidade é afirmada apenas para a IDE do Arduino.
Começaram a chegar os clones da versão R2
Atuando no mercado chinês, a WeMos não parece ter grande preocupação com as cópias e clones, tendo inclusive publicado um resumo do esquema da versão inicial do D1.
Mas a indústria da cópia chinesa é certeira, e age clonando só onde tem expectativa de vender com lucro. Essa é a razão do meu interesse em ter percebido a chegada de um clone do D1 R2 no DealExtreme (o que indica que eles já devem estar presentes há algumas semanas em outros varejos on-line chineses).
O clone é apresentado como sendo da marca OPEN-SMART. No verso da placa, onde estaria a marca da WeMos, há um espaço em branco (mas a URL wemos.cc está estampada). No site do vendedor, há uma documentação introdutória com apenas uma linha de texto, que aponta, em mau inglês, a URL do guia introdutório da própria WeMos.
A presença de clones chineses é um indicativo da expectativa de que haja clientes interessados em comprar, e não apenas de hype da imprensa e mídia social.
Não indico a compra desse primeiro clone no DX, inclusive porque é possível comprar o modelo R2 original diretamente da WeMos pagando alguns dólares a menos.
O interessante é perceber que, na batalha silenciosa (ou às vezes nem tanto) para definir os herdeiros conectados (e com design aberto) que darão continuidade ao sucesso do Arduino Uno, a presença de clones chineses é um bom indicador do interesse dos compradores.
E nesse indicador o WeMos D1 está à frente de muitos outros concorrentes com bem mais verba de marketing.
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